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Como a criança se transforma na terapia: o que acontece com a criança depois da terapia?

  • Foto do escritor: Carolina Bittencourt
    Carolina Bittencourt
  • 7 de nov.
  • 2 min de leitura

Como a criança se transforma na terapia: o que acontece com a criança depois da terapia?


A transformação que acontece na psicoterapia infantil, dentro da perspectiva gestáltica, não é resultado de uma técnica específica, mas de um processo de contato e presença. Para Violet Oaklander (1980), a terapia oferece à criança a oportunidade de reencontrar partes de si que foram perdidas no esforço de se adaptar ao ambiente. Essa retomada da totalidade do self é o que permite a verdadeira mudança.


Na Gestalt-terapia, entende-se que o crescimento emocional da criança depende da qualidade do contato que ela estabelece consigo mesma e com o mundo. Quando o ambiente se torna punitivo, invasivo ou negligente, a criança tende a interromper esse contato, afastando-se de seus sentimentos, desejos e impulsos naturais.


Oaklander (1994, 1999, 2000) propõe um modelo de trabalho no qual o terapeuta cria um espaço seguro e permissivo para que a criança se expresse por meio do brincar, do desenho, da modelagem, da música ou da dramatização. Esses recursos não são instrumentos recreativos, mas meios de expressão simbólica: linguagens através das quais a criança dá forma à experiência e reconstrói o sentido de si.


Brisbois (2016), em seu estudo fenomenológico sobre o Método Oaklander, reforça que a mudança terapêutica se manifesta como uma reorganização do campo de contato: a criança passa a reconhecer seus sentimentos, distinguir fronteiras, afirmar desejos e se responsabilizar por suas escolhas. Esse movimento gera mais clareza, autonomia e vitalidade.


A transformação, portanto, não é imposta pelo terapeuta. Ela emerge do encontro autêntico, da qualidade da presença e da aceitação incondicional da experiência da criança.


Quando a criança começa a se perceber de forma mais inteira, ela reorganiza também seu modo de estar no mundo.

Portanto, como a criança se transforma na terapia: o que acontece com a criança depois da terapia?


A terapia na verdade não “ensina a se comportar”; ensina a sentir, compreender e integrar o que se é.

Como diz Oaklander, “a criança não precisa ser consertada, ela precisa ser encontrada.”

 
 
 

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