Mas por quê a Gestalt Terapia?
- Carolina Bittencourt

- 30 de out.
- 2 min de leitura
Na Gestalt-terapia, nós não vemos a criança apenas pelo comportamento — vemos o que ela está tentando expressar por trás dele.
Enquanto algumas abordagens partem de protocolos, técnicas padronizadas ou da interpretação do adulto sobre o que a criança sente, a Gestalt parte da própria experiência da criança, do que ela mostra no aqui e agora, no corpo, no brincar, no olhar.
É um trabalho que respeita profundamente o ritmo, o tempo e a linguagem infantil. Por isso, especialmente no modelo de Violet Oaklander, o brincar, o desenho, a fantasia e o movimento não são apenas recursos lúdicos, são linguagens de contato, formas de reorganizar emoções e restaurar o senso de self, que nada mais é do que se reencontrar consigo mesmo.
Quando acontece um trauma ou alguma situação que mexe com a criança, ela não consegue mais conectar-se com partes de si, e isso pode influenciar na brincadeira, na linguagem e no comportamento. Ela pode se tornar uma criança mais séria, mais entristecida, menos tolerante à frustração, ou até mesmo mais irritadiça. Na Gestalt, com respeito e calma, vamos recuperar as partes que a ajudam no processo de conhecer e lidar com os sentimentos difíceis, e os comportamentos que não são produtivos têm o costume de cessar.
O diferencial da Gestalt está em ajudar a criança a se reconectar com a própria força, não em adaptar o comportamento para agradar o ambiente. A terapia não busca ‘corrigir’, mas fortalecer a base emocional e o senso de autenticidade que sustentam o crescimento.
Em resumo:
Outras abordagens podem focar em sintomas ou em habilidades específicas.
A Gestalt foca em restaurar a vitalidade do self, ou seja, a capacidade de sentir, expressar e se relacionar com o mundo de forma inteira. E é isso que, na prática, transforma o comportamento.

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